“Você pode morrer amanhã”.
É verdade.
Não lembro quem escreveu isso (só sei que li em “os cem menores contos do século” – livro organizado pelo Marcelino Freire). Mas é verdade. Podemos morrer amanhã. Aliás, a qualquer hora.
Porém, também podemos matar.
Eu mesmo já matei um cara - ou o ajudei a morrer, não sei – só sei que me senti satisfeito fazendo isso. Foi devagar... Mas foi!
Um pedacinho aqui, outro ali... Primeiro os braços - ele nem os usava – depois a cabeça, que foi a melhor parte. Mutilando com uma calma enorme, tequinhos da cabeça do cara.
Até que chegou o final. Matei.
Ele adorou a idéia, tanto que hoje é meu melhor amigo.
“Depois que morri, foi mais fácil arrumar amigos”.
Morrer.
“Você pode morrer amanhã”.
E essa morte, estranha em si, não é morte qualquer (nem mesmo severina), mas morte diferente, que ocorre em qualquer momento do dia: com luz, sem luz; fazendo a barba, arrumando o cabelo. Em qualquer momento, mas não em todo lugar. A não ser que nestes quaisquer lugares
haja um espelho.
2 comentários:
No woman, no cry! (HAI CAI BOBMARLEYANO)
Eu já morri tantas vezes,
que as carpideiras (severinas),
não choram mais...
Sergílio da Uspecéia
O que é bom em morrer muitas vezes é poder nascer novamente!
Já tive muitas vidas: essa última me parece a melhor, mas nunca se sabe.
A gente renasce a cada queda, aprendendo a andar mais seguro, em novos caminhos. É bom.
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